domingo, 19 de julho de 2020
domingo, 12 de julho de 2020
segunda-feira, 6 de julho de 2020
A grande diferença entre chá e infusão
Se, por um lado, o chá é preparado por meio da infusão de folhas da planta do chá - Camellia sinensis, por outro lado, a infusão é uma bebida preparada através da adição de água a ferver a folhas, flores, sementes, frutos ou caules de plantas.
Chá
O chá foi descoberto há cerca de 5000 anos e é a bebida mais consumida do mundo, a seguir
à água. Todos os chás - preto, verde, Oolong e branco
provêm da mesma planta de climas quentes, a Camellia sinensis. Os diferentes
tipos de chá são determinados pelo processamento das folhas da planta e pelo
seu nível de contacto com o oxigénio. Durante a oxidação, as folhas de chá
sofrem reações químicas naturais que resultam em características
distintas de cor e sabor. Assim, o chá branco é produzido a partir do botão ou
rebento das folhas, que são rapidamente secas ou submetidas a vapor para evitar
a sua oxidação. Por sua vez, o chá verde
é apenas levemente oxidado - as folhas são cozidas ao vapor, enroladas e secas. Por outro lado,o chá preto é oxidado por duas a quatro horas, sofrendo um maior processo de
fermentação. Já o chá Oolong está entre os chás verde e preto, pois as folhas são apenas parcialmente oxidada.
Com efeito, o chá é cultivado em milhares de jardins e propriedades de
chá em todo o mundo, resultando em milhares de variações únicas. O
chá é dividido por notas, determinadas
pelo tamanho da folha. Folhas de tamanho menor são usadas em saquinhos de chá, enquanto
as folhas de tamanho maior podem ser encontradas a granel.
A nível nutricional, o chá não contém sódio,
gordura, carbonatação ou açúcar e é praticamente livre de calorias.
Para além disso, o chá contém teína, a
cafeína do chá. Uma chávena contém entre 40 a 50 miligramas de teína. Uma
dose equivalente de café contém 70 a 130mg de cafeína.
O chá possui também flavonoides, compostos naturais com propriedades antioxidantes, que
fornecem compostos bioativos que ajudam a neutralizar os radicais
livres, que danificam o material genético e contribuem para doenças crónicas.
Adicionalmente, parece também ter efeitos benéficos a nível da
prevenção do cancro, declínio neurológico, diabetes e
doenças cardiovasculares, e na saúde óssea, imunidade e controlo do
peso.
Infusões de ervas
Por sua vez, as infusões de ervas não provêm da
planta Camellia sinensis, mas sim de uma infusão de folhas, raízes,
cascas, sementes ou flores de outras plantas. Exemplos
de infusões utilizadas são a hortelã-pimenta, tília, camomila,
cidreira, lúcia-lima, alecrim, sálvia, tomilho, folha de oliveira,
jasmim, rooibos, gengibre, casca de limão e laranja. Cada uma delas
possui propriedades diferentes. A título de exemplo, a hortelã-pimenta tem
propriedades anti
flatulência, antiespasmódicas e antissépticas que tornam
popular o seu uso medicinal desde há muitos séculos.
As infusões não possuem cafeína (teína), o que poderá
ser uma vantagem para indivíduos com sensibilidade a este composto. Contudo, as
propriedades antioxidantes das infusões de ervas
são consideravelmente menores em comparação com as dos chás, embora apresentem um nível
de polifenóis totais semelhante.
Os chás e infusões podem interagir com
alguns medicamentos e diminuir a absorção de determinados nutrientes, como o
ferro, pelo que em caso de dúvida é recomendável consultar um médico antes do
seu consumo. Adicionalmente, não devem ser ultrapassadas as duas chávenas
diárias e devem ser bebidos fora das refeições principais.
Uma forma prática e diferente de se beber chá é fazer chá gelado
(ice-tea), isto é, um chá consumido frio. Não deve ser confundido com o
refrigerante vendido nos supermercados, uma
vez que este possui quantidades elevadas de açúcar. Poderá também optar-se por uma
'infusão gelada', usando, por exemplo, hortelã, limonete, erva-príncipe
ou sálvia. De salientar que na preparação
de chás ou infusões não deve ser adicionado açúcar. Em vez
disso, poderá ser colocado um pau de canela, gotas de limão ou frutas.
Desta forma, os chás e as infusões diferem
na sua origem, sendo que os chás apresentam maiores
propriedades antioxidantes. Ambos podem ser excelentes formas de manter o
equilíbrio hídrico adequado.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
A Máscara
Olho-me ao espelho:
- O reflexo que vi ontem aparenta o mesmo aspeto de hoje.
No entanto há fotografias em casa, de há muitos anos atrás e, embora me reconheça por ter existido, a figura impressa revela uma outra que já existiu.
Na aparência que se transformou, não existe no íntimo mutações intransponíveis. Sei que sou esse, sem mistérios ou transmutações. Eu, quando era, quando fui e enquanto sou.
Nos embates diários da vida, teria sido aquela imagem estagnada em papel, sempre a mesma?
Procuro-me no tempo e descubro que assumi outras faces, outros retratos, outros esgares, outras posturas de olhos e semblantes, de acordo com predisposições, embates, discursos, encontros fortuitos, entrevistas, conquistas de amor, perdas com dor ou sem ela, paternidades de educação e insolvências de querer ser aquilo que não sou.
Máscaras!
Apenas máscaras que se desdobram no quotidiano das coisas sem valor e dos acontecimentos que temos de valorizar.
Assumo as consequências de sobrolho franzido, quando o orgulho não me permite voltar atrás.
Arqueio sobrancelhas interrogativas, quando não existe uma resposta que me elucide.
Arregalo os olhos, quando a dúvida se instala e instiga a uma débil e não fundamentada afirmação.
Mostro dentes de raiva, quando me ofendem sem razão.
Os olhos saltam das órbitas e a boca abre-se de estupor, quando a agressividade me atinge.
...Tanta máscara em tão pouco rosto!...
Tantos rostos diferentes numa cara só!
É a máscara!
Que usamos sem darmos conta no quotidiano absurdo que se instala no espírito.
Nas tragédias que não são gregas, nas comédias que não são carnavais.
É a máscara da origem do ser!
Da cosmogonia que pretendemos alcançar!
Máscara que sou eu sem saberes se és tu!
Interrogativamente efémera e sem explicação.
Catarse de alma e catalepsia de estar.
Máscara de todos os dias, que um carnaval não explica, pela simples e mera razão de se usar uma máscara que não é a nossa!
Fernando Magalhães
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