terça-feira, 18 de junho de 2019

Conhecer, viver e aprender a Arte. Um domínio transversal.


O analfabetismo estético e cultural é uma grave doença de que o povo português padece em excesso.
Percentualmente, e relativamente a alguns países da Comunidade Europeia, é onde esta doença degenerativa se faz sentir com mais veemência.
Espalha-se em metástases que bloqueiam a evolução, o culto do bom gosto, a interacção com o património artístico, a cegueira ao formalmente correcto e o acriticismo àquilo que observamos.
Coloquem-se estas questões à maioria dos portugueses:
- Quem visita museus?
- Quem vai a exposições?
- Quem se desloca para visitar monumentos?
- Quem procura inteirar-se quanto à evolução do design?
-Quem percorre os labirintos da memória na história das pedras ancestrais?
-Quem entende os movimentos artísticos e culturais que nos transportaram ao minimalismo e contemporaneidade dos nossos dias?
- O que é o Expressionismo, o Romantismo, a Art Déco, o Surrealismo, o Construtivismo?
Infelizmente e talvez não sabendo o que é o Desconstrutivismo, vai-se tentando desconstruir o que até agora levou tempo a estabelecer.
Os olhos para o mundo, para o nosso país, para a nossa cidade, para a nossa aldeia, para a nossa rua, para a nossa casa, são os olhos com lentes progressivas de Educação Visual e Tecnológica!
Educar a visão é saber observar o que de mais importante nos rodeia, que faz parte da nossa vida, que dá cor e forma à nossa maneira de estar em sociedade, em cores quentes ou cores frias, que nos ajuda a construir um mundo melhor, numa estrutura, num módulo-padrão, numa forma, num registo de observação, numa energia alternativa, mais consciente, mais alerta e analítica, num ponto, numa linha, numa construção geométrica, sempre e cada vez mais criativa e reflexiva.
Educação Visual e Educação Tecnológica combatem a poluição visual e deformativa.
Precisa de espaço e tempo.
E a realidade confirma: no contexto actual 180 minutos semanais são pouco tempo para poder ensinar a aprender.
Ensinamos a reciclar, reduzindo a sincera ignorância e reutilizando a remanescente aprendizagem.
Que sejam criadas mais horas de aulas, que se contratem mais professores, que se encantem os alunos com claves de um SOL pintado com cores douradas que E.V. e E.T. indicam (como docente, gosto de acompanhar as minhas aulas com música).
Desenhem em SI, o que LÁ, na consciência de cada um, não passe para RÉ da incompreensão, nem DÓ do que se poderia fazer sem nunca atingir!...

Fernando Magalhães 
(arquitecto, professor de Educação Visual e Educação Tecnológica)




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