O analfabetismo estético e
cultural é uma grave doença de que o povo português padece em excesso.
Percentualmente, e
relativamente a alguns países da Comunidade Europeia, é onde esta doença degenerativa
se faz sentir com mais veemência.
Espalha-se em metástases
que bloqueiam a evolução, o culto do bom gosto, a interacção com o património
artístico, a cegueira ao formalmente correcto e o acriticismo àquilo que
observamos.
Coloquem-se estas questões
à maioria dos portugueses:
- Quem visita museus?
- Quem vai a exposições?
- Quem se desloca para
visitar monumentos?
- Quem procura inteirar-se
quanto à evolução do design?
-Quem percorre os labirintos
da memória na história das pedras ancestrais?
-Quem entende os
movimentos artísticos e culturais que nos transportaram ao minimalismo e
contemporaneidade dos nossos dias?
- O que é o
Expressionismo, o Romantismo, a Art Déco, o Surrealismo, o Construtivismo?
Infelizmente e talvez não
sabendo o que é o Desconstrutivismo, vai-se tentando desconstruir o que até
agora levou tempo a estabelecer.
Os olhos para o mundo,
para o nosso país, para a nossa cidade, para a nossa aldeia, para a nossa rua,
para a nossa casa, são os olhos com lentes progressivas de Educação Visual e
Tecnológica!
Educar a visão é saber
observar o que de mais importante nos rodeia, que faz parte da nossa vida, que
dá cor e forma à nossa maneira de estar em sociedade, em cores quentes ou cores
frias, que nos ajuda a construir um mundo melhor, numa estrutura, num
módulo-padrão, numa forma, num registo de observação, numa energia alternativa,
mais consciente, mais alerta e analítica, num ponto, numa linha, numa
construção geométrica, sempre e cada vez mais criativa e reflexiva.
Educação Visual e Educação
Tecnológica combatem a poluição visual e deformativa.
Precisa de espaço e tempo.
E a realidade confirma: no
contexto actual 180 minutos semanais são pouco tempo para poder ensinar a
aprender.
Ensinamos a reciclar,
reduzindo a sincera ignorância e reutilizando a remanescente aprendizagem.
Que sejam criadas mais
horas de aulas, que se contratem mais professores, que se encantem os alunos
com claves de um SOL pintado com cores douradas que E.V. e E.T. indicam (como
docente, gosto de acompanhar as minhas aulas com música).
Desenhem em SI, o que LÁ,
na consciência de cada um, não passe para RÉ da incompreensão, nem DÓ do que se
poderia fazer sem nunca atingir!...
Fernando
Magalhães
(arquitecto, professor de Educação Visual e Educação
Tecnológica)
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