quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A importância das Artes Plásticas no desenvolvimento da criança.

A IMPORTANCIA DAS ARTES PLÁSTICAS NO  DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA




Nos dias de hoje, a arte voltada para a educação e desenvolvimento do individuo, na formação do seu sentido critico e afetivo, está a ser desvalorizada.
Muitas vezes as pessoas não são motivadas a procurar dentro de si algo de novo e criativo.

A imagem que nos é passada é a da apreciação das grandes obras e não a do despertar da capacidade criativa.

Para que consigamos acordar essa capacidade, nós, professores, podemos e devemos fazer uso das linguagens artisticas ( artes visuais, teatro, dança, musica…), que sendo carregadas de sentidos, fazem parte da condição humana para desenvolver nos alunos a capacidade de se relacionar, de sentirem e de assumirem uma consciência critica.

Esta minha intervenção tem por finalidade apresentar uma reflexão sobre a importância das artes plásticas na formação da criança.

A arte é importante na vida da criança, pois contribui para o seu desenvolvimento expressivo, para a construção da sua poética pessoal, para o desenvolvimento da sua criatividade, tornando-a mais sensivel e fazendo-a ver o mundo com outros olhos.

Uma das competências que insisto com os meus alunos é fazê-los saber observar tudo o que os rodeia (Ex: Perguntar quando entram em casa o que observam no chão, paredes, objetos, cores e posicionamento no espaço…).

A criatividade do aluno precisa de ser trabalhada e desenvolvida e é através dos exemplos que a arte nos transmite, na escola,  que isso se tornará viável. 

A ARTE ENSINA-SE / A ARTE APRENDE-SE

Porém nas escolas e sociedade podemos verificar que ocorre o contrário.
As artes são desvalorizadas e colocadas apenas como um momento de repouso nas outras disciplinas, que são consideradas mais importantes para um ranking escolar, que previlegia o português e a matemática ( lembrar exames do 6º ano), ou então surge para colmatar datas comemorativas onde é importante criar cenários para embelezar um espaço, para ser admirado pela comunidade.

Isto está errado!!!

A arte deverá prevalecer como um todo integrante e quotidianamente vigente.

Não vamos fazer flores, quando o âmago da questão, é uma miragem.

A supressão de um professor na disciplina de EVT, por turma, por razões vincadamente economicistas, criou uma grave lacuna no acompanhamento individualizado de cada aluno, no ser humano em formação. CULPO O MINISTÉRIO POR ESTA SITUAÇÃO!!!

Não conseguimos individualmente dar o apoio, a atenção e a pedagogia a cada um dos nossos alunos, já que as turmas estão cada vez maiores e a relação professor-aluno se torna muito mais distante.

O PROFESSOR É ALGUÉM QUE CONDUZ ALGUÉM ATÉ SI MESMO

Podemos conduzir alguns alunos, mas não todos.

Podemos dizer que o bom professor é aquele que se empenha no que faz e que tem como objetivo o crescimento e o desenvolvimento dos seus alunos.

Neste momento, apenas com um professor numa turma de aproximadamente 30 alunos é extremamente dificil, diria inalcançável no campo das artes. Pois todos eles nos questionam se o seu trabalho vai de encontro ao que é pedido pelo professor.

Seria muito facil dizer que tudo esté bem, ou está mal, ou não se preocupar minimamente, mas as observações múltiplas não permitem o tal acompanhamento individualizado, em que o professor desafia o seu aluno para que este desenvolva a sua poética e estética pessoais.

NO ENCONTRO QUE SE FAZ ENTRE A ARTE E A CRIANÇA, SITUA-SE O PROFESSOR, CUJO TRABALHO EDUCATIVO SERÁ O DE INTERMEDIAR OS CONHECIMENTOS EXISTENTES E OFERECER CONDIÇÕES PARA NOVAS DESCOBERTAS.

Torna-se necessário que o docente analise e valorize o processo evolutivo da criação e não apenas o produto final.

Mas poderá o professor fazê-lo em turmas enormes?

Poderá individualmente incentivar o aluno a pesquisar e a criar?

E a sensibiliza-lo para um método de observação, de resolução de problemas, de utilização e conhecimento da cor e outros objetivos exigidos?

É IMPOSSIVEL!!!

Por muito que se queira e embora se tente valorizar e incentivar a originalidade e criatividade dos alunos, é inviavel, em todo o seu possivel potencial.

A PERDA DO LÚDICO PROVOCA NA CRIANÇA O ENVELHECIMENTO PRECOCE E A ATROFIA DA ESPONTANEIDADE.

Mas aqui o trabalho do docente é conduzir a criança a expressar-se, a imaginar outras possibilidades, caso contrario o aluno poder-se-á transformar apenas numa formatação de respostas e modelos estereotipados (Exemplos:. Desenhos animados - heróis, gadgets – psp´s, pc´s, ipod, tablets…), que no futuro, se traduzirão em adultos pouco flexíveis, pouco motivados, não empreendedores e robotizados.

Hoje para além das pinturas, gravuras, desenhos e esculturas, é possivel trabalhar com vídeos, fotografias, artes gráficas e programas de computador ( paint, photoshop…).

Mas, para produzir, o aluno necessita de conhecer e dominar os elementos que constituem as artes visuais, tais como: Ponto, linha, volume, textura, cor e luz. Também precisa de experimentar e manusear diversos materiais, tais como: papéis, tintas, argilas, metais, texteis, etc…

FINALIZAÇÃO

A minha ideia nestas jornadas pedagógicas, é a de fornecer informações, despertar reflexões e análises, com o intuito de apontar caminhos e melhorar formas para o ensino e aprendizagem das artes plásticas.
Afirmo que, para a arte possuir o mesmo valor das outras disciplinas e ser considerada para o desenvolvimento da criança, é necessária uma consciencialização e tomada de atitudes, acima de tudo, por parte do ministério da educação, da escola, da família e do professor.

Torna-se necessária uma verdadeira mudança, em que todos assumam a responsabilidade de educadores e trabalhem no sentido dessa mesma conquista, visando sempre o melhor para o aluno, com o objetivo de torná-lo um cidadão activo, crítico, criativo e que saiba ver, ouvir e sentir com cabeça e coração, remetendo-nos para a intelegência cognitiva e inteligência emocional.

A inteligência cognitiva exige uma resposta certa e correta, obtendo-se informações e conhecimentos novos em áreas já desbravadas, ao passo que o pensamento criativo, abordado ao longo desta dissertação, requer muitas respostas possíveis, que pressupõem originalidade e flexibilidade.
Aqui as ambivalências, contradições e complexidades não são obstáculos, mas sim estímulos.

No atual contexto, em que os nossos governantes, empresários e instituições europeias, apelam ao empreendedorismo, há que começar a educar e sensibilizar as nossas crianças para o desenvolvimento das suas capacidades e competências emocionais, que passo a enumerar:
- Auto conhecimento, auto controlo, empatia, capacidade de relacionamentos interpessoais e auto motivação.

Aqui entram as artes plásticas como um papel potenciador, dessas mesmas competências. É urgente estimular e desenvolver emocionalmente as crianças de hoje , crianças que agem, sentem e pensam por elas próprias, tornando-se adultos seguros, empreendedores, com estima por si próprios e pela história e cultura do nosso pais.    






Fernando Magalhães – Professor de EVT

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