A Última Ceia
| Esboço aguarelado 45cmX29,7cm de Fernando Magalhães.
A importância da Arte na formação do
aluno/adulto
A Educação Artística começa na infância
para se desenvolver e aprofundar ao longo da vida. Favorece a formação da
personalidade de um modo harmonioso e saudável, quando abrange a expressão
livre e a criatividade (ponto alto da expressão e sinónimo de saúde mental).
A expressão livre revela o ser, quando
inteiramente assumida.
A autenticidade da expressão e a
criatividade são referências primordiais a respeitar e a estimular, que
envolvem os aspetos mais inesperados da imaginação.
Na área de Expressões e concretamente
nas disciplinas de Educação Visual e Educação Tecnológica, os alunos são
levados a apreciar a permanente influência da Arte na vida e a orientá-los no
sentido de entenderem e preservarem os elementos culturais e ambientais que
fazem parte do nosso património local e universal.
O professor encaminha-os para
experiências criativas e artísticas organizadas de maneira a admitir a escolha
individual de acordo com os interesses de cada um e a permitir um
enriquecimento gradual e cumulativo.
A meta prioritária das expressões
artísticas consiste em ensinar os alunos a utilizar a sua sensibilidade e
levá-los a entender o objetivo preponderante da educação artística:
- Tornarem-se uma força criativa e interveniente
para construírem uma sociedade melhor.
O processo de ensino que explica a
metodologia da educação através da Arte converte-se num meio de desenvolvimento
integral do discente e na sua preparação para se transformar num cidadão
psicológica e humanamente preparado para em equilíbrio construir um futuro e
uma sociedade livres e democráticos.
Efetivamente uma simples linha separa a
realidade que temos daquela que pretendemos ter.
O movimento dessa linha tanto se pode
transformar no caos de tensões quebradas por interesses extrínsecos e alheios à
cultura, como numa linha que conduz a uma espiral progressiva que procura a
evolução cultural de um ensino e de um país.
Para chegar a uma forma de contornos
definidos temos de abordar a bidimensionalidade e a tridimensionalidade.
A primeira, mais limitada, assemelha-se
a um ministério de superfície rígida, incerta, desestruturada e estranhamente
hostil.
A segunda, à qual adicionamos a
terceira dimensão: o professor exprime outra personalidade que é mais flexibilizante,
precisa, calma, ativa e graciosa.
Às formas também lhes podemos conferir
movimento, mas algumas delas mantêm-se estáticas, sem dinamismo, conservando
uma orientação pesada, numa direção específica e inalterável. Outras são
susceptíveis de sugerir uma atividade muito maior, em diferentes direções,
expandindo-se no espaço, movimentando-se rumo ao futuro e sempre contrariando
as tendências retrógradas, doentias e obsessivas.
Quanto ao espaço e a sua representação
do mesmo, a ilusão de profundidade pode ser dada através de sombras, ou de luz
e sombra, ou ainda da perspectiva.
A representação desse espaço, como o
olho humano o vê, restringe-se unicamente à perspectiva óptica. Esta difere de
artista para artista utilizando ou deformando a realidade. Curiosamente neste
país há muitos artistas que deformam a realidade, utilizando perspectivas não
existentes (as quadradas), deixando por omissão a cónica que tende para um
ponto, sempre concordante e aglutinador de uma forma, ou cenário, equilibrado e
desejável.
Os artistas persecutórios deste país
interpretam o espaço utilizando recursos que variam desde a diminuição de
tamanho, artifício muito aproveitado para sugerir profundidade ou separação do
cidadão, ou utilização de sobreposições relativamente a tribunais
constitucionais e arbitrais, para incutirem a sua perspectiva de afastamento
espacial.
Mas, por outro lado, o espaço também
pode ser elemento de força emocional, mais do que qualquer objecto ou forma
representada, constitui exemplos de concepções artísticas nas quais as formas,
ou muitos dos seus pormenores apresentados, são deliberada e conscientemente
planeados em lutas e greves com o objetivo de enfatizar o espaço a que se tem
direito e a perspectivar valores que assistem aos artistas do ensino em benefício
do todo e do conjunto.
A ilusão é sempre mais forte quando se
utiliza a perspectiva linear.
A linearidade nunca seduziu artistas
plásticos que preferem as linhas curvas anticonvencionais, linhas em desalinho,
que com agulha se cozem, esperando que os artistas alinhados no governo se
cozam também.
Fernando Magalhães
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