A IMPORTANCIA DAS ARTES PLÁSTICAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Nos dias de hoje, a arte
voltada para a educação e desenvolvimento do individuo, na formação do seu
sentido critico e afetivo, está a ser desvalorizada.
Muitas vezes as pessoas não
são motivadas a procurar dentro de si algo de novo e criativo.
A imagem que nos é passada é
a da apreciação das grandes obras e não a do despertar da capacidade criativa.
Para que consigamos acordar
essa capacidade, nós, professores, podemos e devemos fazer uso das linguagens
artisticas ( artes visuais, teatro, dança, musica…), que sendo carregadas de
sentidos, fazem parte da condição humana para desenvolver nos alunos a
capacidade de se relacionar, de sentirem e de assumirem uma consciência
critica.
Esta minha intervenção tem
por finalidade apresentar uma reflexão sobre a importância das artes plásticas
na formação da criança.
A arte é importante na vida
da criança, pois contribui para o seu desenvolvimento expressivo, para a
construção da sua poética pessoal, para o desenvolvimento da sua criatividade,
tornando-a mais sensivel e fazendo-a ver o mundo com outros olhos.
Uma das competências que insisto
com os meus alunos é fazê-los saber observar tudo o que os rodeia (Ex:
Perguntar quando entram em casa o que observam no chão, paredes, objetos, cores
e posicionamento no espaço…).
A criatividade do aluno precisa de ser trabalhada e
desenvolvida e é através dos exemplos que a arte nos transmite, na escola, que isso se tornará viável.
A ARTE ENSINA-SE / A ARTE APRENDE-SE
Porém nas escolas e
sociedade podemos verificar que ocorre o contrário.
As artes são desvalorizadas
e colocadas apenas como um momento de repouso nas outras disciplinas, que são
consideradas mais importantes para um ranking escolar, que previlegia o
português e a matemática ( lembrar exames do 6º ano), ou então surge para
colmatar datas comemorativas onde é importante criar cenários para embelezar um
espaço, para ser admirado pela comunidade.
Isto está errado!!!
A arte deverá prevalecer como
um todo integrante e quotidianamente vigente.
Não vamos fazer flores,
quando o âmago da questão, é uma miragem.
A supressão de um professor
na disciplina de EVT, por turma, por razões vincadamente economicistas, criou
uma grave lacuna no acompanhamento individualizado de cada aluno, no ser humano
em formação. CULPO O MINISTÉRIO POR ESTA SITUAÇÃO!!!
Não conseguimos
individualmente dar o apoio, a atenção e a pedagogia a cada um dos nossos
alunos, já que as turmas estão cada vez maiores e a relação professor-aluno se
torna muito mais distante.
O PROFESSOR É ALGUÉM QUE CONDUZ ALGUÉM ATÉ SI MESMO
Podemos conduzir alguns
alunos, mas não todos.
Podemos dizer que o bom
professor é aquele que se empenha no que faz e que tem como objetivo o
crescimento e o desenvolvimento dos seus alunos.
Neste momento, apenas com um
professor numa turma de aproximadamente 30 alunos é extremamente dificil, diria
inalcançável no campo das artes. Pois todos eles nos questionam se o seu
trabalho vai de encontro ao que é pedido pelo professor.
Seria muito facil dizer que
tudo esté bem, ou está mal, ou não se preocupar minimamente, mas as observações
múltiplas não permitem o tal acompanhamento individualizado, em que o professor
desafia o seu aluno para que este desenvolva a sua poética e estética pessoais.
NO ENCONTRO QUE SE FAZ ENTRE A ARTE E A CRIANÇA, SITUA-SE O
PROFESSOR, CUJO TRABALHO EDUCATIVO SERÁ O DE INTERMEDIAR OS CONHECIMENTOS
EXISTENTES E OFERECER CONDIÇÕES PARA NOVAS DESCOBERTAS.
Torna-se necessário que o
docente analise e valorize o processo evolutivo da criação e não apenas o
produto final.
Mas poderá o professor fazê-lo
em turmas enormes?
Poderá individualmente
incentivar o aluno a pesquisar e a criar?
E a sensibiliza-lo para um
método de observação, de resolução de problemas, de utilização e conhecimento
da cor e outros objetivos exigidos?
É IMPOSSIVEL!!!
Por muito que se queira e
embora se tente valorizar e incentivar a originalidade e criatividade dos
alunos, é inviavel, em todo o seu possivel potencial.
A PERDA DO LÚDICO PROVOCA NA CRIANÇA O ENVELHECIMENTO PRECOCE
E A ATROFIA DA ESPONTANEIDADE.
Mas aqui o trabalho do
docente é conduzir a criança a expressar-se, a imaginar outras possibilidades,
caso contrario o aluno poder-se-á transformar apenas numa formatação de
respostas e modelos estereotipados (Exemplos:. Desenhos animados - heróis,
gadgets – psp´s, pc´s, ipod, tablets…), que no futuro, se traduzirão em adultos
pouco flexíveis, pouco motivados, não empreendedores e robotizados.
Hoje para além das pinturas,
gravuras, desenhos e esculturas, é possivel trabalhar com vídeos, fotografias,
artes gráficas e programas de computador ( paint, photoshop…).
Mas, para produzir, o aluno
necessita de conhecer e dominar os elementos que constituem as artes visuais,
tais como: Ponto, linha, volume, textura, cor e luz. Também precisa de
experimentar e manusear diversos materiais, tais como: papéis, tintas, argilas,
metais, texteis, etc…
FINALIZAÇÃO
A minha ideia nestas
jornadas pedagógicas, é a de fornecer informações, despertar reflexões e
análises, com o intuito de apontar caminhos e melhorar formas para o ensino e
aprendizagem das artes plásticas.
Afirmo que, para a arte
possuir o mesmo valor das outras disciplinas e ser considerada para o desenvolvimento
da criança, é necessária uma consciencialização e tomada de atitudes, acima de
tudo, por parte do ministério da educação, da escola, da família e do
professor.
Torna-se necessária uma
verdadeira mudança, em que todos assumam a responsabilidade de educadores e trabalhem
no sentido dessa mesma conquista, visando sempre o melhor para o aluno, com o
objetivo de torná-lo um cidadão activo, crítico, criativo e que saiba ver,
ouvir e sentir com cabeça e coração, remetendo-nos para a intelegência
cognitiva e inteligência emocional.
A inteligência cognitiva exige
uma resposta certa e correta, obtendo-se informações e conhecimentos novos em áreas
já desbravadas, ao passo que o pensamento criativo, abordado ao longo desta
dissertação, requer muitas respostas possíveis, que pressupõem originalidade e
flexibilidade.
Aqui as ambivalências,
contradições e complexidades não são obstáculos, mas sim estímulos.
No atual contexto, em que os
nossos governantes, empresários e instituições europeias, apelam ao
empreendedorismo, há que começar a educar e sensibilizar as nossas crianças
para o desenvolvimento das suas capacidades e competências emocionais, que
passo a enumerar:
- Auto conhecimento, auto
controlo, empatia, capacidade de relacionamentos interpessoais e auto
motivação.
Aqui entram as artes plásticas
como um papel potenciador, dessas mesmas competências. É urgente estimular e
desenvolver emocionalmente as crianças de hoje , crianças que agem, sentem e
pensam por elas próprias, tornando-se adultos seguros, empreendedores, com
estima por si próprios e pela história e cultura do nosso pais.
Fernando Magalhães – Professor de EVT
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