Um aroma envolvente, feito de vida e de tempo,
pairava bem à minha frente numa simples chávena de café.
Nostalgias de paisagens tropicais, em cores que
a vida combinava, perpassavam na mente como sonhos inalcançáveis, ou já
passados por querer.
Vivências circunstanciais de cidades,
continentes, de fortuitos encontros, paixões, negócios, amizades, mágoas e
desesperos, alegrias e tristezas, encontros e abandonos, soltavam-se em vapor e
aroma.
Volúpias etéreas que emergem e se selam ou
despedem num simples trago amargo ou doce, desenhando interrogações no fundo de
uma chávena.
Depois um beijo quente e sentido de magia de um
sabor.
Fechei os olhos e deixei-me transportar até ao
âmago da dor, ou seria do prazer?
Fernando
Magalhães - 2013
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