sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Máscara


Olho-me ao espelho:
- O reflexo que vi ontem aparenta o mesmo aspeto de hoje.
No entanto há fotografias em casa, de há muitos anos atrás e, embora me reconheça por ter existido, a figura impressa revela uma outra que já existiu.
Na aparência que se transformou, não existe no íntimo mutações intransponíveis. Sei que sou esse, sem mistérios ou transmutações. Eu, quando era, quando fui e enquanto sou.
Nos embates diários da vida, teria sido aquela imagem estagnada em papel, sempre a mesma?
Procuro-me no tempo e descubro que assumi outras faces, outros retratos, outros esgares, outras posturas de olhos e semblantes, de acordo com predisposições, embates, discursos, encontros fortuitos, entrevistas, conquistas de amor, perdas com dor ou sem ela, paternidades de educação e insolvências de querer ser aquilo que não sou.
Máscaras!
Apenas máscaras que se desdobram no quotidiano das coisas sem valor e dos acontecimentos que temos de valorizar.
Assumo as consequências de sobrolho franzido, quando o orgulho não me permite voltar atrás.
Arqueio sobrancelhas interrogativas, quando não existe uma resposta que me elucide.
Arregalo os olhos, quando a dúvida se instala e instiga a uma débil e não fundamentada afirmação.
Mostro dentes de raiva, quando me ofendem sem razão.
Os olhos saltam das órbitas e a boca abre-se de estupor, quando a agressividade me atinge.
...Tanta máscara em tão pouco rosto!...
Tantos rostos diferentes numa cara só!
É a máscara!
Que usamos sem darmos conta no quotidiano absurdo que se instala no espírito.
Nas tragédias que não são gregas, nas comédias que não são carnavais.
É a máscara da origem do ser!
Da cosmogonia que pretendemos alcançar!
Máscara que sou eu sem saberes se és tu!
Interrogativamente efémera e sem explicação.
Catarse de alma e catalepsia de estar.
Máscara de todos os dias, que um carnaval não explica, pela simples e mera razão de se usar uma máscara que não é a nossa!


Fernando Magalhães 08/02/2013

Um amigo não é um conhecido


Um amigo não é um conhecido.
é um igual.
Um amigo não é um companheiro.
é a união.
Um amigo não é a relação.
é uma franqueza.
Um amigo não é uma muleta,
é a força.
Um amigo não é um fardo,
é a leveza do ser.
Um amigo não é um confidente,
é o segredo.
Um amigo não é a questão,
é a solução.
Mas um amigo não é só a solução,
é a compreensão.
Um amigo não questiona,
é a resposta.
Um amigo não empresta,
apenas dá.
Mas um amigo não é só o que dá,
é o que ensina.
Um amigo não se assume,
um amigo é.
Um amigo não se encontra,
aparece.
Um amigo não se escolhe,
grava-se no coração.
Um amigo não se insinua.
espalha ternura.
Um amigo não discute,
aponta caminhos.
Um amigo não chora,
enxuga as lágrimas.
Um amigo não exige,
aceita.
Mas um amigo também se perde, nas nuvens, ao sabor do vento,
em anos, dias e horas,
de chuva, neve e calor,
mas volta na primavera…
e mesmo perdido nos sonhos,
da infância à eternidade,
um amigo não tem tempo,
nem idade,
nem idade,
nem momento,
um amigo é a saudade,
um amigo é o presente
que procuro sempre…
e sempre,
até que o amor esgote,
até que a alma rebente.

Fernando Magalhães 09-10-1998


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Máscaras de Carnaval | AVEJ


Máscaras de Carnaval | Disciplina de Educação Visual e Tecnológica, turmas dos 5º e 6º anos do professor Fernando Magalhães | Escola EB 2,3 Dr Carlos Pinto Ferreira-Junqueira, Vila do Conde | Mais fotos em livrosadentro.blogspot.pt